ENTRE O
SONHO E O DESESPERO
A fronteira entre o México e os Estados Unidos é
na atualidade um dos mais claros limites entre o mundo rico e o mundo pobre. Em
quase toda essa faixa fronteiriça, de cerca de cinco mil quilômetros, existe um
muro intercalado por trechos de arame farpado, controlado diuturnamente pela
guarda de fronteira norte-americana e por sofisticados sistemas eletrônicos
cujo objetivo é impedir a todo o custo a entrada de imigrantes ilegais nos
Estados Unidos.
A cada dia, milhares de pessoas atraídas pela riqueza da
maior potência econômica do mundo, tentam cruzar essa fronteira em busca de uma
nova vida. Os que não conseguem, permanecem na região esperando uma nova
oportunidade. Esta situação gerou uma verdadeira "explosão
demográfica" no norte do México, já que além dos próprios mexicanos,
multidões de quase toda a América Latina para lá se dirigem. Essa situação
gerou enormes bolsões de pobreza que nada ficam a dever às favelas brasileiras.
Situação semelhante se repete, em menor escala, no lado norte-americano, como é
o caso de McAllen (Texas), considerada a cidade com os piores índices de
pobreza em todo os Estados Unidos.
Se o ritmo atual de imigração para o norte do México for
mantido, analistas preveem que, em cerca de 25 anos, mais ou menos 40% dos
mexicanos estarão vivendo nos estados localizados junto à faixa de fronteira. Atualmente, já vivem na região quase
20% dos mexicanos.
A cada dia cruzam a fronteira do México para os Estados
Unidos cerca de 1 bilhão de barris de petróleo, 400 toneladas de pimenta, 240
mil lâmpadas, além de US$ 51 milhões de peças de todo o tipo. A fronteira é
também uma faixa de tensão geopolítica devido ao tráfico de drogas, armas e dos
fluxos de imigração ilegal.
O tráfico de imigrantes ilegais tornou-se também um problema
de segurança nacional no México. Seu "comércio", que movimenta cerca
de US$ 5 bilhões anuais, é controlado por máfias com ramificações em todo o
mundo. Os "guias" desses imigrantes ilegais, conhecidos como coiotes, chegam a
cobrar 5 mil dólares por travessia. Nas últimas duas décadas não foram poucos
os imigrantes que perderam a vida na tentativa de chegar aos Estados Unidos.
“Chega a quase 11 milhões o número de imigrantes ilegais nos
Estados Unidos, dos quais cerca de seis milhões são mexicanos, segundo um
estudo divulgado pelo Centro Hispano Pew.”
0 comentários :
Postar um comentário