sexta-feira, 21 de novembro de 2014

ENTRE O SONHO E O DESESPERO


          A fronteira entre o México e os Estados Unidos é na atualidade um dos mais claros limites entre o mundo rico e o mundo pobre. Em quase toda essa faixa fronteiriça, de cerca de cinco mil quilômetros, existe um muro intercalado por trechos de arame farpado, controlado diuturnamente pela guarda de fronteira norte-americana e por sofisticados sistemas eletrônicos cujo objetivo é impedir a todo o custo a entrada de imigrantes ilegais nos Estados Unidos.
            A cada dia, milhares de pessoas atraídas pela riqueza da maior potência econômica do mundo, tentam cruzar essa fronteira em busca de uma nova vida. Os que não conseguem, permanecem na região esperando uma nova oportunidade. Esta situação gerou uma verdadeira "explosão demográfica" no norte do México, já que além dos próprios mexicanos, multidões de quase toda a América Latina para lá se dirigem. Essa situação gerou enormes bolsões de pobreza que nada ficam a dever às favelas brasileiras. Situação semelhante se repete, em menor escala, no lado norte-americano, como é o caso de McAllen (Texas), considerada a cidade com os piores índices de pobreza em todo os Estados Unidos.
            Se o ritmo atual de imigração para o norte do México for mantido, analistas preveem que, em cerca de 25 anos, mais ou menos 40% dos mexicanos estarão vivendo nos estados localizados junto à faixa de fronteira.  Atualmente, já vivem na região quase 20% dos mexicanos.
A cada dia cruzam a fronteira do México para os Estados Unidos cerca de 1 bilhão de barris de petróleo, 400 toneladas de pimenta, 240 mil lâmpadas, além de US$ 51 milhões de peças de todo o tipo. A fronteira é também uma faixa de tensão geopolítica devido ao tráfico de drogas, armas e dos fluxos de imigração ilegal.

        O tráfico de imigrantes ilegais tornou-se também um problema de segurança nacional no México. Seu "comércio", que movimenta cerca de US$ 5 bilhões anuais, é controlado por máfias com ramificações em todo o mundo. Os "guias" desses imigrantes ilegais, conhecidos como coiotes, chegam a cobrar 5 mil dólares por travessia. Nas últimas duas décadas não foram poucos os imigrantes que perderam a vida na tentativa de chegar aos Estados Unidos.
“Chega a quase 11 milhões o número de imigrantes ilegais nos Estados Unidos, dos quais cerca de seis milhões são mexicanos, segundo um estudo divulgado pelo Centro Hispano Pew.”

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